terça-feira, 28 de junho de 2011

Alunos brasileiros estao atrasados 10 anos em inclusao digital

GENEBRA - Metade dos estudantes brasileiros está "desconectado" e o País soma uma década de atraso em comparação aos alunos de escolas de países ricos no que se refere ao acesso à computadores e Internet. Se não bastasse, as escolas brasileiras estão entre as piores em termos de acesso de seus alunos à informática, o que pode já comprometer a formação de milhares de jovens.


Esse é o resultado do primeiro levantamento PISA feito para avaliar a relação entre os sistemas de ensino e a tecnologia. Segundo o documento, elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a escolas brasileiras não estão equipadas e o País é o último numa lista de 38 sistemas de ensino avaliados quando o assunto é o número de computadores em escolas por alunos. O Brasil é ainda um dos países mais desiguais em termos de acesso aos computadores e a disparidade continua aumentando.


Apesar de os dados serem de 2009, os pesquisadores acreditam que eles revelam uma imagem da preparação de diferentes sistemas de ensino para enfrentar o século 21 e suas tecnologias. Ela mede o acesso ao computador de um estudante de 15 anos no mundo.


De um total de 65 países avaliados, apenas dez estão em uma situação pior que a do Brasil. Segundo o levantamento, alunos da Romênia, Rússia e Bulgária contam com mais acesso à tecnologia que os brasileiros.


Na média, 53% dos estudantes brasileiro de 15 anos tinham computadores em casa. Há dez anos, essa taxa era de apenas 23%. Apesar do avanço, os números são ainda muito inferiores à média dos países ricos. Na Europa, Estados Unidos e Japão, em média mais de 90% dos estudantes tem um computador em casa.

A taxa de 50% que o Brasil tem hoje é equivalente ao que a média da Europa tinha no ano 2000. O atraso, portanto, seria de dez anos.


Desigualdade. Mas o estudo revela que a média brasileira na realidade esconde uma profunda desigualdade no acesso à informática. Entre a camada mais rica dos estudantes, 86% deles tem computador e Internet em casa. A taxa é equivalente aos estudantes dos países ricos.


Mas entre os estudantes com menos recursos no Brasil, apenas 15% tem a ferramenta. A proporção é bem melhor que o cenário do ano 2000. Naquele ano, apenas 1 a cada 100 estudante pobre tinha acesso ao computador e uma série de iniciativas vez o número subir. Agora, são 15 alunos para cada 100 com acesso. Mas segundo a OCDE, a diferença entre os estudantes ricos e pobres no Brasil é uma das maiores do mundo e continua a aumentar, e não reduzir.


Nos países europeus, a diferença entre as duas classe é de menos de dez pontos percentuais. Entre os alunos brasileiros que tem computadores, menos de 30% dos mais pobres tem Internet em casa. Nos ricos, eles chegam a 90%.


Escolas. Para Sophie Vayssettes, pesquisadora da OCDE que preparou o levantamento, cabe ao poder público compensar essa disparidade social, dando acesso aos computadores nas escolas. "Muitas famílias não tem renda para ter um computador em casa. Mas políticas devem ser implementadas para permitir uma correção dessa situação e dar esse acesso em locais públicos, como as escolas", disse ao Estado.

Mas, no caso do Brasil, essa política continua frágil. Hoje as escolas tem um computador para cada cinco alunos, taxa considerada como insuficiente. Na média dos países ricos, as escolas tem um computador para cada dois alunos. Na Austrália, o sistema de educação garante um computador por aluno.

Segundo o levantamento, o Brasil é o último em uma lista de 38 sistemas de ensino a garantir acesso ao computador, superado pela Albânia, Indonésia e Bulgária.

O levantamento mostrou que 62% dos alunos brasileiros frequentam escolas com sérios problemas para garantir acesso de seus estudantes aos computadores. Entre a classe mais pobre, 3 de cada 4 está em escolas com sérias deficiências.

"O aprendizado do uso de computadores é primordial para o futuro desses jovens ", disse Sophie. "Estudos mostram que pessoas com conhecimento de informática tem 25% a mais de chance de encontrar um trabalho. Portanto, preparar os alunos aos século 21 é fundamental para qualquer sistema de ensino ", alertou.

Segundo a pesquisadora, não é apenas com o objetivo de encontrar um posto de trabalho que a informática deve ser ensinada na escola. " Cada vez mais, muito do que fazemos está sendo limitado à Internet, como a compra de passagens aéreas. Não ter acesso à computadores também é uma forma de exclusão social ", completou.

Por Jamil Chade - correspondente em Genebra para o Estadao


segunda-feira, 27 de junho de 2011

RN e o terceiro em reprovacao no Nordeste

Os indicadores mais recentes do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC), revelam uma triste constatação: piora o índice de qualidade na rede pública estadual do Rio Grande do Norte.

As altas taxas de evasão e a reprovação escolar, em todos os níveis, mostram que existe uma diferença abissal entre o que é ensinado na rede particular e o que é ministrado nas escolas públicas.

Em 2010, de acordo com o levantamento que ficou pronto no mês passado, 18,3% dos alunos matriculados no Ensino Fundamental da rede estadual norte-rio-grandense foram reprovados, enquanto a reprovação da rede privada foi de apenas 4,5%. O alento é o nível médio, onde não há diferença tão grande: a reprovação é de 6,4% nas escolas estaduais, e de 6,2% nas particulares.

Entre os estados do Nordeste, o Rio Grande do Norte aparece em 3º lugar no ranking de reprovação no que diz respeito aos colégios da rede estadual. O menoríndice é o do Maranhão (10%), e o maior de Sergipe (23,5%), que também amarga o pior percentual do país.

Para secretária estadual de educação, Betânia Ramalho, parte da explicação sobre esse índice de reprovação reside na passagem do 5º para o 6º ano do Ensino Fundamental. "Com a mudança no sistema pedagógico, há uma dificuldade de acompanhamento, readaptação ao método de ensino. Sai a figura do professor polivalente, entra o professor por área de conhecimento. E, com a fragilidade na base do sistema, torna-se frágil sua continuidade", analisou.

A escola pública, segundo a secretária, ainda não tem atratividade para o aluno. Some-se a isso as condições sócio-econômicas desfavoráveis, a trajetória familiar do alunado e a falta de incentivo governamental. "A escola pública é um reflexo da sociedade brasileira. A rede privada, além de ter uma escola mais bem estruturada, tem a família que acompanha e fatores importantes para elevar os índices de aprovação, como aulas suplementares, de reforço, entre outros mecanismos".

Eleika Bezerra, educadora do Instituto de Desenvolvimento da Educação (IDE), complementa a informação da secretária, acrescentando que, enquanto o cliente da escola pública não alterar seu nível de exigência, sua qualidade vai ser questionada. "Me convenci de que a apatia, a indiferença dos que frequentam a escola pública é muito grave. A educação pública não é prioridade. Hoje em dia o governo incentiva o crescimento do número de matrículas, mas não adianta o aluno estar na escola se não se sabe o que acontece dentro dela", critica.

Faltam recursos e continuidade administrativa

Não há dúvidas que os recursos da educação pública são insuficientes. O custo-aluno, nas séries onde mais se verificou altos índices de reprovação no estado (6º ao 9º ano) é de R$ 1.899,61. "Com o alto índice de reprovação e repetência, o custo-aluno acaba se configurando custo-desperdício.

O investimento somos nós que pagamos", conclui a educadora do Instituto de Desenvolvimento da Educação (IDE), Eleika Bezerra. A secretária estadual de educação, Betânia Ramalho, credita o insucesso da maioria das escolas públicas à falta de foco. "Em 8 anos, foram dez secretários e, nesta situação, não há como haver foco num projeto educativo. Por isso iniciamos, ao assumirmos a Secretaria Estadual de Educação e Cultura (SEEC), uma política centrada no ensino e aprendizagem. Fazer com que haja ensino para que haja aprendizagem".

É preciso mais. "Uma escola tem que ser atrativa, deveria ser o prédio melhor aparelhado, que sirva de referência não apenas ao aluno, mas a toda sociedade. Deveria ser um templo", avalia Betânia,que declarou ter iniciado um projeto de educação para fazer com que os recursos do MEC e do Estado incidam na formação continuada dos professores e na melhoria das escolas públicas do Rio Grande do Norte. "A educação inclui valores, inclui formação para a cidadania, tanto nos direitos quanto nos deveres do cidadão. Sem esse equilíbrio, e um estado forte socialmente, essa equação não fecha", afirma ela.

Por Sergio Henrique do Diario de Natal.

sábado, 25 de junho de 2011

O Plano Nacional de Educacao precisa de 16 bilhoes

O novo Plano Nacional de Educação, em discussão no Congresso, já poderá nascer como letra morta. A Confederação Nacional dos Municípios afirma que as prefeituras hoje não têm dinheiro para arcar com as novas exigências que a lei em debate estabelece. O plano estabelece 20 metas a serem cumpridas, como a elevação para 7% no mínimo de gastos do PIB do município com educação, até 2020. Para a CNM, será necessário incluir um novo modelo de financiamento específico da educação para que os municípios possam cumprir o plano.

O temor maior dos prefeitos é não conseguir arcar com duas novas exigências de ensino público: a educação infantil e a escola em tempo integral. Pelos cálculos da CNM, para alcançar as metas do novo PNE, o custo será de R$ 50,6 bilhões. Hoje, o Fundo de Manutenção da Educação Básica (Fundeb), verba que a União repassa às prefeituras, não cobre toda essa despesa extra. Nas contas da entidade, se o financiamento não for ampliado, terá que sair dos cofres das próprias prefeituras algo em torno de R$ 16,6 bilhões.

"É necessário discutir o financiamento das metas do PNE, pois não há como conciliar as novas responsabilidades com os recursos recebidos do Fundeb", diz comunicado da CNM, entidade que representa prefeituras de pequeno e médio porte.

Na busca por mais dinheiro, o presidente da confederação, Paulo Ziulkoski, anuncia na próxima segunda-feira (28) um estudo completo da CNM sobre o tema.

Uma das esperanças dos prefeitos é a obtenção dos recursos a mais necessários com uma nova distribuição dos royalties da exploração do petróleo. A CNM trabalha para melhorar o caixa das prefeituras pressionando os deputados e senadores a votarem e derrubarem o veto presidencial à divisão dos roylaties do petróleo na camada do pré-sal. Os congressistas aprovaram uma lei que distribuía mais recursos para as cidades onde não há petróleo, mas o Palácio do Planalto vetou as mudanças no texto.

Outra bandeira da CNM, que se traduz em mais dinheiro no caixa dos municípios, é a regulamentação da emenda constitucional 29. Proposta no Congresso, ela determina um percentual mínimo maior de repasse de recursos às prefeituras para gastos com saúde.

O atual Plano Nacional de Educação, o primeiro do Brasil, foi aprovado em 2001 e determina metas para o setor durante dez anos. No segundo, enviado no final do mandato do presidente Lula, foram estipuladas metas para o período de 2011 a 2020.

Por Eduardo Militao em O Congresso em foco

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Plano Nacional de Educacao


PNE recebe mais de 2.900 emendas na Câmara

projeto de lei que cria o novo Plano Nacional de Educação (2011-2020) recebeu mais de 2.900 emendas.

O número é um recorde na Câmara dos Deputados.

E levou o relator da proposta, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), a admitir que poderá apresentar seu relatório só em setembro. Antes ele dizia que faria isso em agosto.

Depois de passar pela Câmara, o projeto seguirá para o Senado.

O que sugere que o PNE desta década, que começou em 2011, só será aprovado em 2012.

- Estou assustado com o volume de emendas. Assustado positivamente - disse Vanhoni ontem, afirmando que a proposta será votada na Câmara ainda este ano.

Atualização em 23/6: Foram apresentadas 2.915 emendas ao PL 8035/10, que institui o novo PNE. Desse total, a comissão especial da Câmara recebeu 2.906 propostas de emenda. A diferença ocorre porque emendas apresentadas podem ter sido retiradas pelos próprios parlamentares. Outro motivo são falhas de digitação que levam o sistema, num primeiro momento, a contabilizar emendas inexistentes

Por Demetrio Weber/ O Globo/ Educacao a brasileira

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Avancos no Ideb (continuacao)

Para Eloísa de Blasis, do Centro de Estudos e Pesquisa de Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), o primeiro passo é assimilar e contextualizar cada informação do boletim com os resultados da Prova Brasil, teste que avalia os alunos nos conteúdos de Português e Matemática.

"Se o gestor vê que os alunos têm um nível de proficiência considerado satisfatório, precisa saber quais as competências e habilidades já possuem e avançar no que ainda precisam aprender. Muitas vezes, é uma desavença curricular. Ele percebe que a prova persegue um padrão que a escola não reconhece."

Para ajudar nesse entendimento, o Cenpec criou, em parceria com Fundação Itaú Social, um projeto que visa a trabalhar os resultados da Prova Brasil com coordenadores. O primeiro congresso aconteceu, no início deste mês, em Ponta Grossa (PR). Em dois encontros de oito horas de duração cada um, que reuniu coordenadores e diretores, foi feito um estudo de caso.

"É preciso instrumentalizar porque a complexidade técnica da avaliação é muito grande. Vimos a angústia de muitos deles por não compreenderem com clareza e, por isso, não conseguirem trabalhar melhor."

É só com o desvelamento dos resultados que é possível estabelecer estratégias para o alcance da meta. "Depois que você entende, começa a se perguntar a razão daquele resultado. É importante que a escola se compare com outras de perfil sócio econômico parecido, com as mesmas condições de infraestrutura", diz Gremaud. Segundo ele, se bem entendido, o Ideb funciona como um espelho. "Muitas vezes a gente esconde os problemas mas, em outras, escondemos os nossos trunfos. Esse olhar externo ajuda a balizar."

Apesar de necessário e importante, é consenso entre os especialistas, porém, que alguns processos da avaliação, ainda precisam ter avanço.

Para Gremaud, é importante que a Prova Brasil seja ampliada: "Em Português, só se avalia a leitura, é importante que a escrita seja incluída. No ensino médio, é fundamental que incluam conteúdo de ciências naturais e humanas."

Maria Helena diz que é preciso avançar tecnologicamente na produção da prova. "O ideal é que a prova seja respondida no computador e haja um software que apresente questões mais complexas à medida em que o aluno avance na resolução. Isso no Enem, por exemplo, iria tornar a avaliação mais fidedigna."

Os problemas próprios do sistema educacional brasileiro também precisam ser levados em conta, pondera Eloísa, do Cenpec. "O Ideb não necessariamente representa a realidade da escola. O número classifica em ordem crescente e decrescente, mas em educação há muitas variáveis. Escolas em territórios de maior vulnerabilidade estão mais vulneráveis. Não dá para ignorar, também, as condições dentro da escola, o capital social das famílias e o fato de que ainda temos professores leigos."


Por Ocimara Balmant, do Estadao

Avancos no Ideb depende do trabalho coletivo

O crescimento do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) está relacionado à mobilização de todos os envolvidos na vida escolar, dos dirigentes municipais aos pais. Essa é a conclusão do estudo Caminhos do Direito de Aprender, divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

A pesquisa analisou os caminhos percorridos por 26 municípios, um de cada Estado, que registraram grandes avanços nos resultados do Ideb. Em todos eles, o problema do desconhecimento sobre a natureza e a função do Ideb e da Prova Brasil foi atacado com medidas simples, como reuniões e campanhas de informação para os profissionais da rede.

"O Ideb funciona como um termômetro: deu 38ºC, você sabe que está com febre, mas não sabe que doença é. Quando todos conversam juntos na escola, descobre-se a doença e começa o tratamento", diz Maria de Salete Silva, coordenadora do Programa de Educação da Unicef.

Melhora reflete motivacao docente,participacao da familia e construcao de novas praticas.


Reportagem de Ocimara Balmat, do Estadao SP

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Divulgacao do Formacao pela Escola


Escola Municipal Manoel Maria de Lemos com o Prof. Edson e a secretaria Ceica
Escola Municipal de Acude Novo com o Prof. Sesse e a secretaria Ceica
Escola Municipal Antonio Candido com a profa. Lucileide e a secretaria Ceica