sábado, 17 de setembro de 2011

Erradicacao do analfabetismo some do Plano Plurianual de metas de Dilma

Marta Salomon / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

Com quase 14 milhões de brasileiros sem saber ler nem escrever um bilhete simples, a presidente Dilma Rousseff deixou de lado o compromisso de campanha de erradicar o analfabetismo no País. O objetivo não aparece no Brasil Maior, o plano plurianual com as metas detalhadas do governo até 2015, recentemente enviado pelo governo ao Congresso.

Déficit. Aula de alfabetização  para adultos na Fundação Gol de Letra: no governo Lula, taxa caiu  apenas 0,9 ponto porcentual - Alex Silva/AE–1/8/2011
Alex Silva/AE–1/8/2011
Déficit. Aula de alfabetização para adultos na Fundação Gol de Letra: no governo Lula, taxa caiu apenas 0,9 ponto porcentual

Onze meses após a presidente ter assumido o compromisso em um debate na televisão, a erradicação do analfabetismo saiu de cena. Em seu lugar, o governo se compromete agora a "reduzir a taxa de analfabetismo, especialmente entre as mulheres, a população do campo e afrodescendentes".

O problema não é com a palavra erradicação, que se repete com frequência nos documentos do Brasil Maior. O plano plurianual fala em erradicar a extrema pobreza, prioridade do governo, e também se compromete com a erradicação do trabalho infantil, do trabalho escravo, do sub-registro de nascimento, de pragas vegetais, doenças animais, da mosca da carambola e até de casos de escalpelamento.

O ministro da Educação, Fernando Haddad, diz que o compromisso do governo, fixado no Plano Nacional de Educação (PNE), é erradicar o analfabetismo até 2020. "É uma tarefa árdua", calcula o ministro, com base nos resultados obtidos até aqui de lenta redução do analfabetismo. Ao Estado, ele alegou que não se lembrava de ter ouvido Dilma assumir compromisso com o fim do problema, que ainda atinge quase 10% da população de jovens e adultos no País.

Medidas. A declaração da presidente pode ser revista na internet. Data de 26 de setembro de 2010. Em debate com os demais candidatos ao Planalto, dias antes do primeiro turno das eleições, na TV Record, Dilma afirmou: "Eu quero acabar com o analfabetismo e quero medidas práticas e concretas e não pura e simplesmente que a gente discurse contra ele. Quero de fato, tenho compromisso de fato de acabar com ele".

A principal ação do governo federal para combater o analfabetismo é o programa Brasil Alfabetizado, criado no início do governo Luiz Inácio Lula da Silva, com gastos de meio bilhão de reais só no ano passado, com mais de um milhão de alunos por ano, cita Haddad. O programa deixa de fora a maioria dos analfabetos absolutos do País porque não consegue atingi-los e porque faltam turmas de educação de jovens e adultos adequadas a quem já aprendeu a ler e escrever.

"Não é tarefa simples, primeiro a pessoa deve querer se alfabetizar", diz Haddad. O governo trabalha com a meta de reduzir o analfabetismo a 6,7% da população com 15 anos ou mais até 2015.

Haddad prevê ajustes no Brasil Alfabetizado, como uma ênfase maior à educação na zona rural. Outra questão a ser resolvida é a necessidade de alfabetizar quem trabalha e não disporia de tempo para frequentar os cursos, de seis meses de duração.

O Brasil Maior diz que a meta é atingir, até 2015, o ponto intermediário da meta definida pelo Plano Nacional de Educação até 2020, de erradicar o analfabetismo, assim como reduzir pela metade o analfabetismo funcional, problema que atinge outros 20,4% da população jovem e adulta.

O plano diz que os objetivos devem ser perseguidos mediante parcerias entre União, Estados e municípios.


TRÊS MOMENTOS

"Eu quero acabar com o analfabetismo e quero medidas práticas e concretas e não pura e simplesmente que a gente discurse contra ele. Quero de fato, tenho compromisso de acabar com ele."

Dilma Rousseff, CANDIDATA, EM 2010


"Reduzir a taxa de analfabetismo, especialmente entre as mulheres, a população do campo e afrodescendentes."

Plano Brasil Maior, DO GOVERNO DILMA, COM METAS ATÉ 2015


"Não me lembro dessa declaração... Não é tarefa simples, primeiro a pessoa deve querer se alfabetizar."
Fernando Haddad, MINISTRO DA EDUCAÇÃO, SOBRE O COMPROMISSO DE CAMPANHA DE DILMA

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Reducao do analfabetismo em SANTO ANTONIO


SANTO ANTONIO, a terra protegida por Nossa Senhora da Conceicao reduziu em 10.15% o indice de analfabetos entre as pessoas com mais de 15anos. Vejam abaixo:
Ano 2000 / 5.379 analfabetos com mais de 15 anos / taxa de analfabetos 40.55%

Ano 2010 / 4.956 analfabetos com mais de 15 anos / taxa de analfabetos 30.40%

Mesmo diante das dificuldades existentes em trabalhar com um publico de tao dificil conquista, nos sentimos felizes em alcancar este indice, embora pequeno, mas muito significativo para o trabalho que a Secretaria de Educacao Municipal vem realizando em parceria com o Programa Brasil Alfabetizado.

Fonte: IBGE
Foto: Ana Rosa

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

8 de setembro: DIA INTERNACIONAL DA ALFABETIZACAO

A Unesco informou nesta terça-feira, 6, que 793 milhões de pessoas em todo o mundo não sabem ler nem escrever, de acordo com um estudo publicado por ocasião da celebração do Dia Internacional da Alfabetização. Segundo dados do Instituto de Estatística da Unesco, a maioria dessas pessoas são meninas e mulheres.

"Outras 67 milhões de crianças em idade escolar não leem ou escrevem, e 72 milhões de adolescentes em idade escolar também não estão gozando de seu direito à educação", indicou a agência da ONU.

Em todo o mundo, 11 países têm mais de 50% de adultos analfabetos: Benin, Burkina Fasso, Chade, Etiópia, Gâmbia, Guiné, Haiti, Mali, Níger, Senegal e Serra Leoa.

Por regiões, o sul e o oeste da Ásia abrigam mais da metade da população analfabeta mundial (51,8%), tanto que na África Subsaariana vivem 21,4% dos adultos analfabetos.

Dia da Alfabetização

Na Ásia Oriental e no Pacífico estão 12,8% dos analfabetos, nos países árabes, 7,6%, na América Latina e no Caribe, 4,6%. América do Norte, Europa e Ásia Central somam cerca de 2% dos adultos analfabetos, acrescentou a Unesco.

A celebração do Dia Internacional da Alfabetização, no dia 8 de setembro, presta atenção especial à relação entre a alfabetização e a paz, segundo a organização.

A Unesco entregará em Nova Délhi os prêmios internacionais de alfabetização Confúcio e Rei Sejong, que recompensam projetos do Burundi, Estados Unidos, México e da República Democrática do Congo.

O prêmio Unesco-Rei Sejong será entregue ao Instituto Nacional para a Educação dos Adultos do México (Inea), por seus programas de alfabetização bilíngues.

Segundo a Unesco, esses programas demonstraram sua eficácia para reduzir os índices de analfabetismo entre as povoações indígenas do México, em particular das mulheres, e para melhorar sua capacidade de exercer seus direitos.

Em Nova Délhi será realizada, entre os dias 8 e 10 de setembro, a conferência internacional "Alfabetização feminina para um desenvolvimento integrador e sustentável", organizada pelo governo indiano na abertura da "Iniciativa E-9".

A diretora geral deste órgão da ONU, Irina Bokova, declarou em comunicado que "o mundo precisa urgentemente de um compromisso político mais firme com a alfabetização respaldado pelos recursos adequados para ampliar os programas eficazes".

"É indispensável aos governos, as organizações internacionais, a sociedade civil e o setor privado fazer da alfabetização uma prioridade política, para que todas as pessoas possam desenvolver seu potencial e participar ativamente na formação de sociedades mais sustentáveis, justas e pacíficas", afirmou.

E-9

Participarão da conferência de Nova Délhi a presidente da Índia, Pratibha Devi Singh Patil, assim como os Ministros da Educação da Nigéria, Ruqayyatu Admed Rufai, que também preside o E-9, Paquistão (Pir mazhar-ul-Aq), Nepal (Gangalal Tuladhar), Egito (Ahmed Gamal El-Din Moussa), Sri Lanka (Bandula Gunawardhana), Bangladesh (Nurul Isla) e Butão (Lyonpo Thinley Gyamtso), entre outros.

O E-9 reúne nove países muito povoados que concentram mais de dois terços dos analfabetos adultos e mais da metade das crianças não escolarizados do mundo, e é formado por Bangladesh, Brasil, China, Índia, Indonésia, México, Nigéria e Paquistão.

Fonte: O Estadao

Seliga e Acelera Brasil no desfile civico

Os alunos do Programa de Correcao de fluxo Seliga e Acelera Brasil, participaram do desfile civico alusivo a Independencia do Brasil realizado no dia 6 de setembro. As Escolas municipais Maria Umbelino de Melo (zona urbana) na pessoa do diretor Edson Freitas e Jose Alexandre de Lima(Cajazeiras) diretora Suenia Maia , destacaram a importancia da participacao para auto estima destes alunos, na ocasiao verificamos com satisfacao a alegria dos alunos em estar presente ao evento.
Abaixo os registros fotograficos.

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Resposta de uma professora a Revista Veja

RESPOSTA À REVISTA VEJA (Por Vanessa Storrer, Professora da rede municipal de Curitiba )

Sou professora do Estado do Paraná e fiquei indignada com a reportagem da jornalista Roberta de Abreu Lima “Aula Cronometrada”. É com grande pesar que vejo quão distante estão seus argumentos sobre as causas do mau desempenho escolar com as VERDADEIRAS razões que geram este panorama desalentador.

Não há necessidade de cronômetros, nem de especialistas para diagnosticar as falhas da educação. Há necessidade de todos os que pensam que: “os professores é que são incapazes de atrair a atenção de alunos repletos de estímulos e inseridos na era digital” entrem numa sala de aula e observem a realidade brasileira.


Que alunos são esses “repletos de estímulos” que muitas vezes não têm o que comer em suas casas quanto mais inseridos na era digital? Em que pais de famílias oriundas da pobreza trabalham tanto que não têm como acompanhar os filhos em suas atividades escolares, e pior em orientá-los para a vida? Isso sem falar nas famílias impregnadas pelas drogas e destruídas pela ignorância e violência, causas essas que infelizmente são trazidas para dentro da maioria das escolas brasileiras.

Está na hora dos professores se rebelarem contra as acusações que lhes são impostas. Problemas da sociedade deverão ser resolvidos pela sociedade e não somente pela escola.

Não gosto de comparar épocas, mas quando penso na minha infância, onde pai e mãe, tios e avós estavam presentes e onde era inadmissível faltar com o respeito aos mais velhos, quanto mais aos professores e não cumprir as obrigações fossem escolares ou simplesmente caseiras, faço comparações com os alunos de hoje “repletos de estímulos”.


Estímulos de quê? De passar o dia na rua, não fazer as tarefas, ficar em frente ao computador, alguns até altas horas da noite, (quando o têm), brincando no Orkut, ou o que é ainda pior envolvidos nas drogas. Sem disciplina seguem perdidos na vida.

Realmente, nada está bom. Porque o que essas crianças e jovens procuram é amor, atenção, orientação e disciplina.

Rememorando, o que tínhamos nós, os mais velhos, há uns anos atrás de estímulos? Simplesmente: responsabilidade, esperança, alegria.

Esperança que se estudássemos teríamos uma profissão, seríamos realizados na vida. Hoje os jovens constatam que se venderem drogas vão ganhar mais. Para quê o estudo? Por que numa época com tantos estímulos não vemos olhos brilhantes nos jovens? Quem, dos mais velhos, não lembra a emoção de somente brincar com os amigos, de ir aos piqueniques, subir em árvores?

E, nas aulas, havia respeito, amor pela pátria.. Cantávamos o hino nacional diariamente, tínhamos aulas “chatas” só na lousa e sabíamos ler, escrever e fazer contas com fluência.

Se não soubéssemos não iríamos para a 5ª. Série. Precisávamos passar pelo terrível, mas eficiente, exame de admissão. E tínhamos motivação para isso.

Hoje, professores “incapazes” dão aulas na lousa, levam filmes, trabalham com tecnologia, trazem livros de literatura juvenil para leitura em sala-de-aula (o que às vezes resulta em uma revolução), levam alunos à biblioteca e a outros locais educativos (benza, Deus, só os mais corajosos!) e, algumas escolas públicas onde a renda dos pais comporta, até a passeios interessantes, planejados minuciosamente, como ir ao Beto Carrero.

E, mesmo, assim, a indisciplina está presente, nada está bom. Além disso, esses mesmos professores “incapazes”, elaboram atividades escolares como provas, planejamentos, correções nos fins-de-semana, tudo sem remuneração;

Todos os profissionais têm direito a um intervalo que não é cronometrado quando estão cansados. Professores têm 10 minutos de intervalo, quando têm de escolher entre ir ao banheiro ou tomar às pressas o cafezinho. Todos os profissionais têm direito ao vale alimentação, professor tem que se sujeitar a um lanchinho, pago do próprio bolso, mesmo que trabalhe 40 h.semanais. E a saúde? É a única profissão que conheço que embora apresente atestado médico tem que repor as aulas. Plano de saúde? Muito precário.

Há de se pensar, então, que são bem remunerados... Mera ilusão! Por isso, cada vez vemos menos profissionais nessa área, só permanecem os que realmente gostam de ensinar, os que estão aposentando-se e estão perplexos com as mudanças havidas no ensino nos últimos tempos e os que aguardam uma chance de “cair fora”.Todos devem ter vocação para Madre Teresa de Calcutá, porque por mais que esforcem-se em ministrar boas aulas, ainda ouvem alunos chamá-los de “vaca”,”puta”, “gordos “, “velhos” entre outras coisas. Como isso é motivante e temos ainda que ter forças para motivar. Mas, ainda não é tão grave.

Temos notícias, dia-a-dia, até de agressões a professores por alunos. Futuramente, esses mesmos alunos, talvez agridam seus pais e familiares.

Lembro de um artigo lido, na revista Veja, de Cláudio de Moura Castro, que dizia que um país sucumbe quando o grau de incivilidade de seus cidadãos ultrapassa um certo limite.

E acho que esse grau já ultrapassou. Chega de passar alunos que não merecem. Assim, nunca vão saber porque devem estudar e comportar-se na sala de aula; se passam sem estudar mesmo, diante de tantas chances, e com indisciplina... E isso é um crime! Vão passando série após série, e não sabem escrever nem fazer contas simples. Depois a sociedade os exclui, porque não passa a mão na cabeça. Ela é cruel e eles já são adultos.

Por que os alunos do Japão estudam? Por que há cronômetros? Os professores são mais capacitados? Talvez, mas o mais importante é porque há disciplina. E é isso que precisamos e não de cronômetros. Lembrando: o professor estadual só percorre sua íngreme carreira mediante cursos, capacitações que são realizadas, preferencialmente aos sábados. Portanto, a grande maioria dos professores está constantemente estudando e aprimorando-se. Em vez de cronômetros, precisamos de carteiras escolares, livros, materiais, quadras-esportivas cobertas (um luxo para a grande maioria de nossas escolas), e de lousas, sim, em melhores condições e em maior quantidade.

Existem muitos colégios nesse Brasil afora que nem cadeiras possuem para os alunos sentarem. E é essa a nossa realidade! E, precisamos, também, urgentemente de educação para que tudo que for fornecido ao aluno não seja destruído por ele mesmo Em plena era digital, os professores ainda são obrigados a preencher os tais livros de chamada, à mão: sem erros, nem borrões (ô, coisa arcaica!), e ainda assim se ouve falar em cronômetros. Francamente!!!

Passou da hora de todos abrirem os olhos e fazerem algo para evitar uma calamidade no país, futuramente. Os professores não são culpados de uma sociedade incivilizada e de banditismo, e finalmente, se os professores até agora não responderam a todas as acusações de serem despreparados e “incapazes” de prender a atenção do aluno com aulas motivadoras é porque não tiveram TEMPO.

Responder a essa reportagem custou-me metade do meu domingo, e duas turmas sem as provas corrigidas.